Giordani esteve em Criciúma acompanhando a agenda do Governador do Estado
A série americana do gênero político, House of Cards, disponível na Netflix, é uma das séries mais vistas até hoje na plataforma de streaming. No enredo central, Frank e Claire Underwood, casal vivido pelos atores Kevin Spacey e Robin Wright, que usam estratégias para chegar ao posto máximo dos EUA: a Casa Branca.
Um dos assessores mais próximos de Frank é o personagem Doug (interpretado pelo ator Michael Kelly). Doug é uma figura que gosta de falar pouco e não tem a pretensão de um dia ser candidato. Ele prefere os bastidores.
Lancei mão desse link entre a realidade e uma obra de ficção, para que o nobre leitor que lê este texto e que já assistiu à série, possa compreender, em partes, o contexto a seguir.
A segunda fase do governo Moisés, quando o comandante foi reconduzido ao cargo, após o segundo afastamento em decorrência do processo de impeachment que se desenrolava, foi diferente dos dois primeiros anos.
Claro que os percalços do caminho, muito ensinaram a Carlos Moisés, mas não foi só isso. Ele passou a contar com a experiência de quem conhecia bem a vida política, os bastidores e a importância de manter um bom relacionamento entre os poderes. O nome dele é Eron Giordani. O homem que ocupa atualmente a chefia da Casa Civil do Estado, também é o responsável por costuras políticas importantes como a vinda do governador a região sul e a entrega histórica de verbas e ordens de serviço.
Eron é uma espécie de Doug Spencer catarinense, guardadas as devidas proporções, naturalmente. Em que se assemelham os nossos personagens então?
No gosto pelos bastidores em vez dos holofotes, ainda que o holofote seja natural, a depender de um trabalho bem feito.
E esse parece ser o caso do “Doug” catarina.
O sucesso com que vem desempenhando a função para a qual foi designado, poderia ser um caminho natural para uma candidatura em 2022. Mas ele garante que não. Diz que o resultado é da equipe e que, com 22 anos de experiência na política, pretende mesmo continuar nos bastidores.
Na semana que passou, Giordani esteve na comitiva que acompanhou Carlos Moisés na agenda política na região sul. No evento que ocorreu no Teatro Municipal Elias Angeloni, o chefe da Casa Civil falou sobre seu futuro político e descartou as possibilidade de ser candidato.
Confira:
Maga: Secretário, o Sr. será candidato em 2022?
Eron Giordani: tento todos os dias contribuir com o governo, mas somo o meu esforço a equipe. O estado é tão grande e ninguém sozinho consegue fazer as coisas acontecerem. Converso bastante, interajo com os outros poderes e eu acredito que esse trabalho que é feito por todos tem sido exitoso e positivo. Quanto às eleições do ano que vem, não estão no meu radar. Eu tenho 22 anos de vida pública, mas nunca desejei disputar eleição. Meu pai foi prefeito numa cidade quatro vezes, minha mãe, vereadora, duas vezes e nem isso me motivou a enfrentar o palanque eleitoral. Eu gosto de fazer esse trabalho, mas sempre nos bastidores e pretendo continuar dessa maneira se permanecer na vida pública.
Maga: Ouvi dizer que o Sr. é o vice dos sonhos?
Eron: (risos) Não está no meu radar e eu não penso em disputar eleição. Acho que a gente tem que juntar o maior número de pessoas que pensam parecido e eu nem cito partidos, porque a política é feita por pessoas e as que se unem em torno de uma causa é que devem montar esse projeto seja pra 2022, 2024. Os partidos perderem o protagonismo, as questões não são mais ideológicas.
Maga: quais são os desafios do governo de agora até o final do mandato?
Eron: Por mais que estejamos nos avizinhando do processo eleitoral e, naturalmente as pessoas, os partidos, os líderes começam a se movimentar pra isso, dentro do governo, na figura do governo e do secretário, sobretudo, o tema eleição, não circula. Nós não estamos pensando na eleição de 22. Nós estamos focados no governo, nas entregas que precisamos fazer. De certo modo os afastamentos que ocorreram prejudicaram esse calendário, e nós temos que correr atrás do tempo pra poder realizar obras históricas, aguardadas há décadas e também intensificar a relação com os municípios. Essa parceria entre estados e municípios está cada vez mais forte, e um governo municipalista se faz com essas ações concretas, não apenas no discurso, como a gente já cansou de ouvir, ao longo do tempo. Então esse trabalho vai ser intensificado. Até porque, a partir de junho do ano que vem, nós já teremos restrições por conta da legislação eleitoral, então temos aí cerca de nove meses pra materializar tudo que estamos planejando pra esse final de mandato.
Maga: vai dar tempo de tirar tudo do papel?
Eron: Vai. Apenas aqui no sul, por exemplo, o lançamento do edital da licitação das obras da Serra do Faxinal, que há muito tempo era aguardado, as parcerias com os municípios como Araranguá, Criciúma, Tubarão, Grão-Pará, o pagamento das emendas impositivas, e a realização do maior convênio que o governo firmou até hoje que vai ser com o consórcio Amurel no valor de R$ 87 milhões de reais para a construção da (rodovia) Ageu Medeiros. Fizemos recentemente um roteiro de quatro dias pelo oeste e levamos mais de R$ 500 milhões para obras e ações.
Dá tempo sim. Quando a gente não tem projetos para executar de maneira direta, nós buscamos as parcerias com os municípios e vamos intensificar. Nós teremos um pacote de medidas para as maiores cidades do estado de Santa Catarina que será lançado em breve. Mas sem esquecer das pequenas e médias (cidades) que também estão sendo atendidas pelas emendas parlamentares.
O desdobramento da nova fase de Carlos Moisés e sua filiação partidária parecem ainda não estar definidas. O mesmo não se pode dizer de um dos homens responsáveis pela melhora nas relações do governador com os poderes. Eron Giordani vai mesmo continuar nos bastidores. Quem viver, verá.
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