US$ 10 milhões: Deputada Paulinha lidera missão internacional nos EUA e apresenta projetos ao Banco Mundial em busca de recursos

12/11/2025

Nesta terça-feira, uma comitiva catarinense que representa o Integra (Comitê Integrado para a Cidadania e Paz nas Escolas), cumpriu agenda nos Estados Unidos, com agenda em Washington e visitas técnicas a distritos escolares e instituições de referência. A missão internacional tem como objetivo aprofundar conhecimentos sobre políticas de segurança escolar, prevenção da violência e promoção da cultura de paz, além de apresentar ao Banco Mundial, dois projetos que buscam recursos a fundo perdido para serem implementadas em Santa Catarina.

Projetos apresentados ao Banco Mundial

Em Washington, a comitiva apresentou ao Banco Mundial dois projetos complementares desenhados a partir do trabalho do INTEGRA: o “PROTEGE SC” (Programa Estadual de Segurança e Infraestrutura Escolar Integrada) e “Vamos Salvar o Dia – Não Terceirize o Amor”. Ambos buscam apoio financeiro a fundo perdido para implantação de ações de prevenção, proteção e promoção da saúde emocional nas escolas catarinenses.

PROTEGE SC — infraestrutura, tecnologia e formação

O PROTEGE SC foi concebido a partir de estudos que apontaram fragilidades estruturais nas escolas catarinenses e o aumento da violência no ambiente escolar. Entre 2013 e 2023, a violência em ambiente escolar no Estado aumentou 254%, com episódios que se intensificaram a partir do impacto global do ataque de Columbine (1999). Em Santa Catarina, tragédias como as ocorridas em Saudades (4 de maio de 2021) e na creche Bom Pastor, Blumenau (5 de abril de 2023), reforçaram a necessidade de uma resposta ampla e coordenada.

O programa propõe captar US$ 10 milhões a fundo perdido para um projeto-piloto em 100 escolas prioritárias (50 estaduais e 50 municipais). Entre as ações previstas estão:

– modernização da infraestrutura de segurança (cercamento inteligente, iluminação de emergência, rotas de evacuação);

– implantação do Sistema Integrado de Monitoramento Escolar (SIMESC), interligado à Polícia Militar e à Defesa Civil;

– capacitação de mais de 2.500 profissionais da educação e da segurança pública em cultura de paz, mediação de conflitos e prevenção da violência;

O PROTEGE SC também incorpora medidas de eficiência energética e sustentabilidade ambiental nas escolas. A meta declarada é reduzir em pelo menos 40% os incidentes de violência escolar e elevar a percepção de segurança das comunidades educativas a 85% até 2029, consolidando um modelo replicável no Estado.

O projeto aponta que 4.897 unidades de ensino, 102.430 professores (89,6% deles mulheres) e 1.595.000 estudantes estariam potencialmente beneficiados por políticas estruturais de proteção.

“Vamos Salvar o Dia – Não Terceirize o Amor”

O programa inclui palestras presenciais em 200 escolas e em espaços comunitários, com metodologia centrada em depoimentos dos pais, momentos de diálogo, material informativo e emissão de certificados. Entre os indicadores esperados estão a realização de 24 palestras em dois anos, atendimento a 600 escolas, engajamento digital, avaliação positiva das ações (meta de 90% de aprovação) e redução de incidentes de automutilação e relatos de ideação suicida em 15% nas escolas participantes.

Dados alarmantes

Além dos eventos trágicos recentes, o material apresentado ao Banco Mundial destaca indicadores nacionais e locais sobre saúde mental infantojuvenil: segundo consta no projeto, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 10 a 19 anos (OMS, 2023) e houve aumento de 44% nos casos de automutilação em cinco anos (Ministério da Saúde). Em Santa Catarina, estudos apontam taxa de suicídio juvenil três vezes superior à média nacional (DATASUS, 2023) e elevado histórico de automutilação entre estudantes da rede pública.

Paulinha destacou a importância dos recursos para Santa Catarina. “Mais do que investimento em infraestrutura, estamos falando de investimento em vidas, dignidade e esperança. Nossas escolas precisam voltar a ser territórios de paz, onde as crianças possam aprender sem medo”, finalizou.