Centro Especializado em Reabilitação da Unesc retoma atendimentos presenciais e passa a oferecer serviço de telessaúde
Família do paciente pode optar pelo atendimento de forma presencial ou online
O Centro Especializado em Reabilitação da Unesc (CER) retomou esta semana as atividades envolvendo pacientes. Após três semanas sem realizar atendimentos, em função da pandemia de Covid-19, o local voltou a receber os pacientes – observando todos os protocolos de biossegurança – e trouxe uma novidade: a telessaúde. Assim, os usuários que não possam ir até a Universidade, poderão dar continuidade a alguns tratamentos em casa, sob a orientação dos profissionais do CER, por meio da tecnologia.
Recentemente, o Ministério da Saúde lançou uma portaria orientando como devem ser feitos os atendimentos em telessaúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a Universidade se adaptou para oferecer essa modalidade de atendimento no CER, com o objetivo que os pacientes que não possam sair de casa ou não se sintam seguros para isso, também sejam assistidos.
Segundo a fisioterapeuta do CER, Bruna Behling Matos, em função da pandemia, o serviço de telessaúde virou uma realidade presente na vida das pessoas. “Vamos entrar em contato com os pacientes para retornarem o atendimento pelo CER e aqueles que estiverem impossibilitados de comparecer ao serviço, poderão receber assistência. Iremos passar as orientações para o paciente e para a família de forma virtual para que ele continue sendo assistido, com os recursos que ele tem em casa”, comenta.
A coordenadora do CER, Mágada Tessmann, explica que os atendimentos remotos ocorrem via Google Meet e tanto a família quanto o paciente recebem todas as orientações para o acesso. “É importante ressaltar que esta ferramenta permite a gravação e este é um requisito do Ministério da Saúde, que o atendimento fique gravado e comprovado”.
Trabalho que muda vidas
A mãe de Breno, de apenas 3 anos, Renata Bonetti Campos da Silva, estava ansiosa pelo retorno das atividades do CER. É que ela e o menino estavam sentindo falta dos atendimentos e que segundo Renata, estão fazendo a diferença na recuperação do garoto. “Aos 2 anos e meio foi descoberta uma lesão no cérebro dele, do tamanho de um celular e os médicos não sabiam como ele ainda conseguia falar e comer. Nesse momento ele já não conseguia andar. O tumor que o Breno teve foi um astrocitoma grau pequeno, mas com características de maligno por ser muito agressivo. Ele tinha vários coágulos na cabeça e hidrocefalia. Ele fez a cirurgia e as possibilidades de recuperação não eram boas”, conta.
Em novembro de 2020 Breno iniciou o tratamento no CER e, atendido por profissionais como nutricionista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta, já voltou a falar, consegue engatinhar e ter movimentos na mão esquerda (ele havia perdido os movimentos deste lado do corpo). “O Breno tem desenvolvido muito com o atendimento do CER. Quando ele volta daqui, já se movimenta melhor em casa. Ele ainda está debilitado em função da quimioterapia que tem feito, mas teve grandes avanços”.
Saiba mais
A coordenadora do CER explica que o serviço reabilita pacientes com deficiência aguda física e atua também no fechamento de diagnóstico da deficiência intelectual – neste caso, o atendimento é feito em crianças com suspeita de autismo ou deficiência intelectual, que são avaliadas por uma equipe formada por profissionais como neurologistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e enfermeiros. O serviço existe desde 2014 e em Criciúma, funciona por meio de uma parceria entre Ministério da Saúde, Prefeitura e Unesc.
Mágada explica que a equipe multiprofissional do CER atende toda a região de Criciúma e de Araranguá e na deficiência física a demanda maior de atendimento é de pacientes pós-amputação, para reabilitação do coto para o recebimento da prótese. O local é procurado muito também por pessoas que tiveram Acidente Vascular Encefálico (AVE). “Reabilitar significa voltar a fazer o que fazia antes do acidente ou da doença”.