Não é porque ainda falta bastante tempo para abrir a janela partidária, que permite a troca de partido sem perda do mandato, que a briga em Santa Catarina vai ficar para depois.
Em mais um episódio da polêmica instalada após a confirmação de que Carlos Bolsonaro vai disputar o Senado pelo estado catarinense, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL), mais uma vez, usou as redes sociais para reafirmar que a atual articulação pode colocar em risco a reeleição de Jorginho Mello.
Em uma publicação nos stories de seu perfil no Instagram, Ana questionou:
“Quem vai ser macho de fazer uma declaração oficial e avisar o Amin que ele está fora?”
A declaração da deputada ocorreu após a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, dizer, também nas redes sociais, que “está fechada com Carol de Toni, independentemente de sigla partidária”.
O questionamento da deputada faz sentido. As vagas que estavam, até então, encaminhadas para Carol de Toni e Esperidião Amin vão precisar ser redesenhadas após a vinda de Carlos.
Na tese apontada por Ana em suas publicações, a possibilidade de Carol trocar de partido também não resolve o problema da chapa de Jorginho, já que, mesmo em outro partido, ela levaria consigo o voto de seus apoiadores — ou seja, o que faria com que Amin pudesse recalcular a rota e deixar de apoiar Jorginho.
A perda do apoio dos Progressistas e do União Brasil, que compõem o União Progressistas, do qual Amin faz parte, implicaria em menor tempo de TV durante a campanha eleitoral (aproximadamente dois minutos a menos). E é nesse ponto que mora o grande enigma atual da direita em Santa Catarina.
Nesta segunda-feira, Ana Campagnolo participou do Pânico da TV, programa que tem grande audiência entre os bolsonaristas e falou sobre o cenário político catarinense. Já no início da noite, ela resgatou as declarações do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, durante entrevista concedida no mês de setembro, em que ele citou a importância de ter Esperidião Amin na chapa do PL, uma vez que, segundo ele, “Amin sempre votou com Bolsonaro”.
