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Ceretta, Paulinha e Campagnolo: três mulheres que se destacaram no ambiente político em 2025

28/12/2025

2025 ficará marcado como o ano em que as mulheres decidiram não pedir licença na política catarinense. Foi o ano DELAS no ambiente político do estado. Eu digo “no ambiente político” porque não foram somente mulheres eleitas que se destacaram. Durante todo o ano, vimos parlamentares e outras lideranças assumindo seu lugar ao sol.

Luciane Ceretta
A atual secretária de Estado da Educação, Luciane Ceretta, começou o ano sendo reeleita para mais um mandato como reitora da Unesc, a maior universidade do Sul catarinense, em Criciúma. Ao mesmo tempo, viu seu nome ganhar força para ocupar um cargo no primeiro escalão do governo do Estado. Impulsionada pelo apoio que recebeu, especialmente da região Sul, no fim do mês de maio, Luciane aceitou o convite do governador e assumiu a função atual, completando, neste mês, sete meses como secretária da Educação. Nesse período, deu um novo ritmo para a secretaria e elevou a pasta a patamares de protagonista no Estado. Entre os desafios encontrados pela secretária, um deles provocou bastante “barulho” no início do ano que está terminando: a falta de climatização nas escolas estaduais proporcionou um início de ano letivo caótico, já que o Estado enfrentava um pico de calor, como esse que vivemos no período de Natal.
Nas redes sociais, Luciane costuma compartilhar dados sobre a Secretaria da Educação, como os valores investidos pelo Estado, os principais avanços e desafios de sua gestão.
Num vídeo que publicou em comemoração aos seis meses de sua gestão, uma frase chamou a atenção desta colunista: “Seguimos juntos, com seriedade e propósito, mais alguns meses, construindo educação pública de excelência”. (Mais alguns meses).
Vale lembrar que, desde que assumiu a função, Luciane tem articulado, junto ao governador Jorginho Mello, pautas importantes para o Sul do Estado, como mais investimentos em educação e infraestrutura.
Nesse meio tempo, teve ainda o convite do MDB para que ela se filiasse e pudesse concorrer a uma vaga na Câmara Federal. Até o momento, ela não deu nenhum indício de que possa aceitar esse outro convite para se candidatar no ano que vem.

Ana Campagnolo
A deputada estadual Ana Campagnolo (PL) é um dos destaques do ano pela postura que adotou diante de uma questão polêmica para o seu partido, o PL. Em outubro deste ano, ao ser questionada sobre a candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado, por Santa Catarina, Ana disse que Jorginho não poderia ser responsabilizado por isso, já que a escolha do nome de Carlos, que, segundo ela, bagunçaria os planos do partido, foi feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Carlos. Foi o estopim para uma crise partidária que ultrapassou os limites do Estado e alcançou representantes do PL de relevância nacional. Ana enfrentou “sozinha” o peso de uma máquina de moer reputação, liderada por correligionários.
A postura irredutível e corajosa da deputada catarinense causou espanto até mesmo em figurões como o próprio Carlos Bolsonaro e em seu irmão, Flávio, que, à época, entrou em campo para tentar acalmar os ânimos.
Desde o início da crise até agora, pouca coisa mudou. Carlos Bolsonaro, em outubro, era anunciado pré-candidato ao Senado. Em dezembro, ele renunciou ao mandato de vereador no Rio de Janeiro para, efetivamente, concorrer às eleições no Estado catarinense. Há também a possibilidade de saída de Carol de Toni do partido (PL) para concorrer por outra sigla, fato que já esteve mais perto de acontecer, mas que agora parece ter dado uma esfriada, pelo menos por uns dias. Esse, aliás, foi o desdobramento apontado por Campagnolo desde o início: se Carlos fosse candidato em SC, Carol “perderia” a vaga de pré-candidata, já que, na chapa do governador e pré-candidato à reeleição, Jorginho Mello, a outra vaga estaria reservada para Esperidião Amin, para garantir o apoio da federação União Progressista.
Caso Carol de fato deixe o PL, a teoria da deputada se concretiza. E, para quem acompanha política, sabe: Ana Campagnolo às vezes tem razão, às vezes não tem. Mas, se, dessa vez, ela tiver, ela vai fazer até Eduardo Bolsonaro pedir desculpas.

Paulinha
A deputada estadual Paulinha, presidente do Podemos/SC, marcou seu nome na política catarinense em 2025 também pela condução do partido no Estado. Desde que assumiu a sigla, ela triplicou o número de executivas municipais, ampliando o número de lideranças e de filiados. Paulinha é pré-candidata a deputada federal, depois de dois mandatos como deputada estadual, e tem entre suas bandeiras o problema crônico de mobilidade na região Norte, especialmente no trecho que compreende Joinville a Itapema. Além disso, a parlamentar costuma abordar temas sensíveis às mulheres, como o direito à escolha do tipo de parto e a distribuição de medicamentos à base de cannabis pelo SUS, em Santa Catarina, uma lei proposta por ela, já aprovada e sancionada.
Recentemente, Paulinha protagonizou um momento marcante no ano da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Ao votar contra um projeto de lei que pretende mudar as regras de distribuição de cotas raciais nas universidades públicas ou que recebem recurso público, Paulinha fez um desabafo emocionado sobre o combate ao racismo e provocou os colegas deputados a refletirem sobre o assunto. “Olhem à volta de vocês. Quantos homens e mulheres pretas vocês veem neste plenário? Onde eles estão? Qual é o preto que está aqui para levantar sua voz? As pessoas negras não têm o mesmo direito de espaço que os brancos, e é desonroso negar que isso ainda está presente nos nossos dias”, disse a deputada.
Paulinha termina o ano colocando o combate ao racismo na pauta da Assembleia Legislativa como um assunto que não poderá ser ignorado no ano que vai começar.

As três personagens deste texto são algumas das tantas mulheres catarinenses que fizeram história no Estado em 2025. E elas são muitas! A retrospectiva completa você verá em breve na coluna da Sol Urrutia, no portal Upiara.

E para você, quem foram as mulheres que se destacaram no ambiente político catarinense? Opine lá no instagram em @magastopassoli.