Do crente ao ateu, todos em Santa Catarina já sabem que a Frente de Esquerda, composta por quase dez partidos, vem vivendo dias de conflito interno. É que antes de chegar às urnas, precisam definir quem serão os nomes que estarão postos na chapa que pretende ser palanque tanto para Lula quanto para Ciro Gomes. Décio Lima (PT) e Dário Berger (PSB) travam uma disputa interna e pública, de estratégias para decidir quem será o cabeça de chapa.
Décio Lima chegou a anunciar Gelson Merísio (Solidariedade) como seu vice. Dário, por enquanto, ainda busca consolidar seu nome como melhor opção. O pano de fundo dessa situação é o fato de que na Frente estão tanto o PT quanto o PDT e ambos têm candidatos distintos a presidente.
Enquanto as coisas não se definem, os partidos lançam mão de uma velha ferramenta para se comunicar com a imprensa e com os filiados: a boa e velha “nota oficial”.
Foi o que fizeram Décio Lima e Manoel Dias (PDT), presidentes estaduais de seus partidos. Mas, é aquele negócio, né? Nota oficial todo mundo faz. Mas “tradução” de nota oficial, você só vê aqui. E é o que faremos a seguir.
IMPORTANTE: os trechos em negrito são parte do texto original assinado pelos dois líderes de esquerda. Os trechos em itálico são uma livre interpretação em tom de brincadeira simulando o que ele quis dizer de fato. Qualquer semelhança com a realidade, é mera coincidência.
NOTA OFICIAL *
O PT e o PDT iniciaram uma trajetória, ao longo de dois anos, em um esforço coletivo e permanente na luta contra o fascismo, que culminou na união dos partidos em Santa Catarina de uma forma muito determinada.
Essa conversa entre os nossos partidos (PT e PDT) começou faz tempo. Quem chegou agora foi o PSB. Mas nós já estamos negociando há dois anos.
Abrimos mão, desde o começo, do luxo de suas eventuais diferenças e, também, dos processos em curso a nível nacional e dos quais, em Santa Catarina, não temos governabilidade. Os partidos tomaram a decisão, desde o primeiro momento, de garantir que o povo catarinense tenha uma Frente coesa e firme, com um projeto de governo que toque, pela primeira vez, nas feridas da nossa gente. Não vamos permitir, inclusive, que as candidaturas nacionais possam trazer quaisquer interrupções nesta aliança, que começou com a clareza histórica dos nossos papéis.
Se a nível nacional temos Lula e Ciro, aqui no estado isso não importa. O que importa é ter uma chapa de esquerda aqui, ok?
O PT e o PDT de Santa Catarina sabem da complexidade nacional. Entretanto, sabem mais ainda da importância que os nossos partidos representam para o Brasil com a nossa unificação na construção da Frente Democrática.
A gente sabe que pode parecer meio estranho que a gente tenha palanque pra dois candidatos a presidente aqui no estado. Mas querem que a gente faça o que?
Estamos convencidos de que a Frente Democrática irá para o segundo turno e ganhará as eleições no nosso Estado e derrotará definitivamente a pauta do atual governo, que nega a vida, defende o autoritarismo e despreza as grandes conquistas obtidas, historicamente, pelos nossos partidos.
aqui não entendi se o atual governo a qual se referem é a nível estadual ou federal.
O PT e o PDT assim se manifestam apertando as mãos e se abraçando na mesma grandeza da expressão do povo catarinense, na certeza da construção desta aliança, que se transformou, inclusive, em um paradigma exemplar para as nossas agremiações no Brasil.
Nós, que começamos esse rolê, estamos juntos e ninguém solta a mão de ninguém não. Quem quiser fazer parte, será bem-vindo. A vaga de candidato a governador já tem dono, mas a vaga de vice tá pra jogo.
Estamos firmes e coesos na construção da Frente Democrática e vamos fazer todo este esforço porque o povo de Santa Catarina merece, principalmente, aqueles catarinenses que mais estão na vulnerabilidade e mais necessitam da presença de um Estado forte.
Enfim, era isso, gente. Pode ser que não ganhemos a eleição, mas o palanque da esquerda em SC está garantido.
Décio Lima
Presidente do PT/SC
Manoel Dias
Presidente do PDT/SC