Som Maior divulga pesquisa que mostra cenário indefinido para o governo do estado

13/09/2022

A pesquisa divulgada pela Rádio Som Maior/4Oito (Criciúma) nesta terça-feira (13), permite uma série de interpretações, mas a principal delas é: o resultado não é satisfatório para nenhum dos candidatos. Faltando pouco menos de 20 dias para o primeiro turno das eleições gerais no Brasil, as pesquisas vêm acirrando os ânimos daqueles que precisam lutar para garantir um lugar no segundo turno. Isso, porque, tanto na esfera estadual, quanto federal, devemos ter uma segunda rodada de votação. Em Santa Catarina, os cenários pesquisados não vêm sofrendo grandes mudanças, até o momento. Carlos Moisés, governador licenciado, permanece liderando a intenção de votos com pequenas oscilações. Mas será que é o suficiente?

Se, por um lado, Esperidião Amin comemora um tímido segundo lugar na pesquisa que ouviu 800 pessoas nos 12 municípios da Amrec, Moisés tem pouco a comemorar. Com a margem de erro de 5 pontos percentuais, para mais ou para menos, a leitura do Instituto IPC coloca todos no mesmo barco (e, por enquanto, um barco pequeno, apertado).

Levando em consideração a região aonde a pesquisa foi feita, o resultado está dentro do esperado (mas não muito). A liderança política do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), parece ainda não ter surtido o efeito desejado na campanha do senador que tem trabalhado para se mostrar mais “bolsonarista que o candidato do Bolsonaro”, neste caso, o postulante do Progressistas, Esperidião Amin. A entrada de Salvaro na campanha de Amin ainda parece discreta. O senador pepista carrega a experiência de já ter sido governador e foi um dos últimos a decidir ser candidato nestas eleições. Ele começou a campanha sem muita pressão, algo como “se der, deu, se não der, eu fiz minha parte”. Só que as pesquisas vieram, o eleitor pepista deu as caras, e Amin pensou: “opa, to no jogo”. Dessa forma, agarra com unhas e dentes toda oportunidade para tentar garantir a ida ao segundo turno. Como estratégia, tem direcionado ao seu adversário direto, o senador Jorginho Mello (PL), os principais ataques na campanha, já que eles brigam pelo mesmo perfil de eleitor: o bolsonarista de carteirinha.

Por outro lado, Carlos Moisés, que saiu vitorioso na articulação para trazer o MDB para a sua chapa, tem a pressão de se garantir no segundo turno, no mínimo. É o óbvio. Mas tem alguma coisa faltando na campanha do governador.

Embora Criciúma esteja localizada numa região que represente somente 6% do eleitorado de Santa Catarina, não pode ser “esquecida” na hora de gastar sola de sapato. Por aqui concentraram-se pelos três debates entre os candidatos ao governo do estado, (Som Maior, Unesc e Extra – em Tubarão), isso sem contar os que foram promovidos pela Jovem Pan News Floripa e Acaert, também em Florianópolis. É nítido que o eleitor do sul gosta de política.

Enquanto isso, a região norte está dormindo?

A cidade de Joinville, sozinha, concentra quase meio milhão de eleitores. São 428 mil, quase três vezes o número de eleitores de Criciúma (152 mil pessoas aptas a votar). Enquanto a região sul já recebeu três debates entre os candidatos ao governo, a região norte, dorme em berço esplêndido, ao som mar e à luz do céu profundo, já que não promoveu nenhum encontro entre os postulantes ao mais alto cargo do estado. E, até o momento, não há previsão de que isso ocorra. A região norte está dormindo? Lembrando que Joinville é a cidade de Udo Döhler, vice de Moisés. Há por lá, também, um território a ser conquistado.

O maior comício de Moisés até agora foi no Sul

O comício que aconteceu na noite desta segunda-feira (12), em Cocal do Sul, foi o maior encontro de Moisés com seus eleitores até agora. O centro de eventos do bairro Jardim Itália, com capacidade para cerca de 1.500 pessoas, estava lotado. Esses atos de campanha são importantes. Mas talvez a era do digital tenha feito os candidatos acreditarem que vão ganhar as eleições apenas fazendo vídeo. E, longe de mim querer adivinhar o futuro, mas me parece uma estratégia bastante arriscada apostar tudo no digital. Moisés não deveria descartar as velhas estratégias de guerra: carreata, aperto de mão, pedido de voto olhando no olho do eleitor. Na agenda que cumpriu no Sul, Moisés visitou obras que estão sendo executadas com recursos estaduais. Só que há menos de 20 dias das eleições não é hora de visitar obra. É hora de pedir voto, na rua, na chuva, na fazenda, e em todas as praças de cidades.

Governo histórico

É fato que o modelo de gestão de Moisés foi diferente. A descentralização dos recursos, destinados aos municípios permitiu que obras que aguardavam há décadas, saíssem do papel, ou, melhor, do arquivo digital. É que o próprio Moisés faz questão de ressaltar que o “governo sem papel”, em que os contratos são assinados digitalmente e que virou realidade em seu mandato, economiza cerca de 30 milhões por ano só em papel. Não é pouca coisa. A região sul, por exemplo, mesmo precisando fortalecer sua representatividade política, recebeu recorde de investimentos estaduais. São fatos que não poderão ser ignorados e obras que ficarão para a história. Mas, se quiser dar continuidade em seu modelo de gestão, Moisés precisa derrubar a agenda de gravar vídeos pelos próximos dias e cair na estrada, com a mesma vontade de defendeu sua permanência no governo.

E aqui, nesta breve análise, estamos falando única e exclusivamente de campanha, de rua, de necessidade de mobilização e não de desempenho de governo. É que, por mais incrível que possa parecer, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Carlos Moisés, candidato à reeleição, durante comício em Cocal do Sul, na noite desta segunda (12).
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