Um levantamento realizado pela Secretaria Estado da Saúde (SES) demonstrou a redução de 103.643 mil para 58.342 mil no número de pacientes que aguardam por uma cirurgia eletiva em Santa Catarina. A redução se deve ao aumento no número de procedimentos realizados e na ampliação de procedimentos contratados com as unidades hospitalares. Os dados se referem a pacientes que deram entrada no período entre 2017 e 2021.
Somente entre o período de janeiro a junho deste ano já foram realizados 84 mil procedimentos dessa modalidade. Esses números são preliminares e podem sofrer incrementos, isso ocorre em razão das unidades hospitalares terem até 3 meses para registrarem os procedimentos no sistema.
Dificuldade de realizar o contato com os pacientes
Foram estruturadas equipes de telemarketing em cada uma das oito macrorregiões do estado que buscam o contato através de ligações telefônicas com os pacientes que precisam de cirurgias. Preliminarmente foi possível detectar que cerca de 14% não necessitam mais, ou não tem interesse em realizar os procedimentos.
Um fato que chama a atenção é a dificuldade de realizar o contato. O relatório apresentado pela Central de Regulação da SES, responsável pelo trabalho de depuração, aponta que, dos 21.241 pacientes em que já foi iniciado o contato, 11.502 não foram encontrados, isso equivale a 54%. As regiões que mais possuem pacientes nessa situação são a Grande Florianópolis (3169) e a Sul (2851). “Desde julho temos equipes montadas nas macrorregiões do estado realizando esse trabalho de depuração da fila, os relatórios que nos tem sido apresentado nos preocupam, dos cerca de 21 mil pacientes procurados, mais de 11 mil não estão com o telefone atualizado. Nós solicitamos a todos os cidadãos que mantenham seus cadastrados atualizados”, explica o secretário de Estado da Saúde, Aldo Batista Neto.
Esses dados estão sendo encaminhados aos gestores municipais para que os procedimentos de contato sejam refeitos e nos casos indicados, os pacientes sejam retirados da fila. Esse fluxo foi pactuado pela Comissão Instergestores Bipartite (CIB). Segundo o regramento da deliberação, os municípios devem realizar cinco tentativas de contato, eles devem ser realizados primeiramente por telefone, caso não tenha sido possível, equipes de atenção primária também deverão realizar a busca ativa nos endereços de cadastro.
“Há uma série de trâmites burocráticos que a Secretaria precisa aguardar para retirar essas pessoas da fila. Nosso esforço tem sido agilizar ao máximo o processo de identificação e atualização da situação desses pacientes”, frisa o secretário adjunto da pasta, Alexandre Fagundes.
Em Criciúma
Em requerimento aprovado por unanimidade na noite desta segunda (5), a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Criciúma solicita ao Governo Municipal para que envie à Casa Legislativa, quinzenalmente, e por bairro, o número de pacientes que deixarem de comparecer às consultas médicas, exames e procedimentos, agendados na rede pública de saúde do município, o chamado absenteísmo.
O Legislativo de Criciúma ressalta que o pedido de informação faz-se necessário tendo em vista o grande número de pacientes faltantes sem qualquer aviso prévio ou justificativa, prejudicando aqueles que aguardam na fila por atendimento, para uma conscientização da população nos diversos bairros. O assunto já foi debatido em Audiência Pública do Executivo realizada no último dia 17 de agosto na sede da Prefeitura.
Números
De acordo com dados apresentados pela Secretaria de Saúde, de janeiro a julho deste ano foram registradas 15.127 faltas em agendamentos nas UBS´s. No mesmo período, foram contabilizadas 11.861 faltas em consultas com especialistas e 804 faltas em agendamentos no Centro de Especialidades Odontológicas. Considerando abril e maio, a pasta registrou 4.449 faltas em exames de alta e média complexidade. No total, levando em conta consultas e procedimentos médicos, a soma chega a 32.241 faltas, além da estimativa de um prejuízo de mais de R$ 3 milhões só de recursos humanos