Listamos quatro nomes para ocupar a vaga. Veja:
A crise que parece se avizinhar da Casa da Agronômica envolvendo a saída do delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Akira Sato, pode ser o impulso que faltava para que o governador Moisés, finalmente, anuncie em qual partido deve se filiar para buscar a reeleição em 2022. É que o namoro entre as possíveis siglas já está ficando monótono. MDB, Republicanos, PP, PSD, PSDB. Afinal, para onde deve ir o governador? Essa é a pergunta que tem pautado boa parte dos conteúdos na editoria de política aqui no estado. Mas tem outra pergunta tão intrigante, quanto: quem será o vice na chapa de Moisés no ano que vem?
Como tudo que ronda o governo tem ares de sigilo, fica parecendo que todos os nomes apurados soem como improváveis. Como nossa intenção neste humilde espaço on-line não seja trazer respostas prontas e, sim, perguntas, vamos aproveitar esse sábado carrancudo para brincar de possibilidades.
Para isso, listamos quatro nomes que tem ocupado seu espaço nos holofotes que a política proporciona: João Rodrigues (PSD), Eron Giordani (sem partido), Mauro de Nadal (MDB), Napoleão Bernardes (PSD).
Eron Giordani
Vamos começar por ele, o homem que tem sua digital bem impressa na gestão de Moisés: Eron Giordani. Esse é um caso que se pode chamar de “o homem sem filiação, mas que, bem conversadinho, podemos realocá-lo no PSD, seu ex-partido”. É que antes de assumir sua função de big boss na Casa Civil, Giordani era chefe de gabinete do presidente da Alesc, don Júlio Garcia (PSD). Ele jura de pé junto que não foi nem nunca será candidato e, mesmo ocupando a vaga de candidato a vice-governador no imaginário de muita gente, não vai ser desta vez que veremos seu rosto na urna ao lado de Carlos Moisés. A melhora na articulação política do governo está credito na conta de Giordani por isso colocamos o bom moço na lista de possibilidades. Enquanto ele segue negando o interesse em disputar eleição, tomamos uma água e vamos para o próximo nome.
Mauro de Nadal
Mauro de Nadal (MDB). Não sei se esse aqui precisa mesmo de apresentação já que o MDB vem colado no governo, com nomes do partido ocupando vagas importantes no alto escalão e sendo elogiado publicamente por integrantes da sigla. Se você acompanha a política catarinense diariamente, eu sei bem o que você pensou quando leu isso. “Isso é absolutamente improvável pois o MDB terá seu próprio candidato e Nadal não é um dos cotados”. Não posso negar que eu também concordo com você mas, como convencer a parte da minha mente que cisma em acreditar que, entre a cadeira de vice-governador e uma birrinha de Maldaner/Antídio/Berger, o partido frita os três? Ok. Continua sendo improvável Mauro de Nadal ser vice de Moisés (porém depende). Se é absurda a ideia de o MDB compor com o atual governador em detrimento de ter seu próprio candidato, o que dizer da narrativa que o partido precisaria adotar neste caso? Ou seja, teria de parar de elogiar e começar a criticar o governador. E isso me aprece tão absurdo quanto Nadal vice.
João Rodrigues
Pra você descansar um pouco da novela emedebista, vamos pro oeste do estado, em busca do vice perfeito prefeito. E não é que demos de cara com o bolsonarista mais bolsonarista de todos, como uma opção para ocupar a segunda vaga mais desejada do estado? Com vocês: João Rodrigues (PSD). Prefeito de Chapecó, Rodrigues foi uma das autoridades estaduais presentes num jantar oferecido pelo governador Carlos Moisés aos prefeitos do PSD, há poucos meses. Negando as aparências e disfarçando as evidências, João Rodrigues poderia ser um vice estratégico. Aglutinaria a força do eleitorado do oeste à chapa com Moisés, além de dar um bug na mente dos bolsonaristas do estado que não teriam outra opção, que não fosse votar em Moisés novamente. Rodrigues também tem boa relação com Bolsonaro, o que poderia trazer um minuto de paz na relação em stad by entre Moisés e o presidente e, em momentos de crise, poderia ser a peça apaziguadora da dupla. Admito que nesse aqui eu dei asas à imaginação, mas é política e, na política, a imaginação é um ingrediente importante.
Napoleão Bernardes
Se no Oeste o nome seria o do caroneiro da motociata do presidente, na região norte também tem uma grande opção. Perdão pelo trocadilho infame, mas a gente perde o amigo e não perde a piada. É que de lá, poderia vir o candidato a vice-governador representado por ninguém menos que Napoleão Bernardes (PSD). Ex-prefeito de Blumenau por dois mandatos como ele mesmo faz questão de frisar, Bernardes está com fome de urna. Não são necessários nem dois minutos de conversa com blumenauense para ver o quanto está focado em estar nas urnas no ano que vem. Recentemente, ao ser interrogado sobre as possibilidades para 2022, Bernardes disse que seu plano A, B e C são em ser o nome do PSD como candidato a governador. O famoso cabeça de chapa. Mas ele também teceu elogios ao governador Moisés. Registre-se aqui o fato de Napoleão ter estado presente numa das viagens do governador ao norte do estado, há pouco tempo, embora tenha estado escondidinho na foto do evento. Napoleão Bernardes já foi candidato a vice em 2018, na chapa encabeçada pelo emedebista Mauro Mariani, que amargou um terceiro lugar inacreditável na eleição estadual. Ainda falando em fome, há mais ou menos um mês, Napoleão e Moisés almoçaram juntos, mas ainda não descobri o menu do dia.
Se você chegou até aqui, pode ter achado que as possibilidades apontadas, pouco prováveis. Não admito, mas também não nego essa percepção. De todo modo, para um sábado primaveril, com o termômetro registrando 19ºC, soltar a imaginação sobre quem será o vice de Moisés foi uma boa maneira de espantar o tédio. Já que, de tédio, na política de Santa Catarina, ninguém morre.
Em tempo: sobre a crise envolvendo a ala militar do governo estadual, assunto que abre esse texto, esperamos que, desta vez, Moisés esteja de farda, como esteve no início da pandemia e aja com rigor e rapidez. A apatia e a demora já custaram caro demais pra Santa Catarina.