“Os golpistas arrependidos são bem-vindos. Todo esforço para tirar Bolsonaro é válido. Mas tê-los como protagonistas dessa frente, fica muito difícil para a base do PSOL e até mesmo do PT”.
A declaração é do presidente do PSOL de Florianópolis, Leonel Camasão. Não é de hoje que Camasão, que concorreu a governador do estado em 2018, demonstra insatisfação com a vinda de lideranças que ele considera de centro-esquerda, como é o caso de Dário Berger, Jorge Boeira e Gelson Merísio.
O partido vai se reunir no próximo sábado (21), quando pretende definir seu futuro, durante a Conferência Eleitoral do partido. Nacionalmente fechados com a candidatura do ex-presidente Lula, o partido deve definir os limites para apoiar ou não a candidatura a governador do ex-deputado Décio Lima (PT).
O PSOL tem reivindicado a vaga ao Senado numa frente liderada pelo PT, com a indicação do vereador de Florianópolis Afrânio Boppré. Além de apresentar a pré-candidatura aos partidos em Santa Catarina, a direção nacional do PSOL levou a reinvindicação sobre Santa Catarina para as negociações nacionais entre os partidos.
Caso a opção dos petistas seja por uma chapa mais ao “centro”, o PSOL continuará na campanha de Lula, mas deverá apresentar candidatura própria ao governo e Senado, em conjunto com a Rede Sustentabilidade. Além de Afrânio, podem participar da composição majoritária pelo partido o jornalista Leonel Camasão, Elson Pereira, segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Florianópolis e Geórgia Faust, que concorreu à Prefeitura de Blumenau em 2020.
Sendo assim, se o candidato da Frente ao senado não for Afrânio, o PSOL sai, perguntei à Camasão.
“Não exatamente. Nós entendemos que quem apoiou o golpe e a candidatura de Bolsonaro em 2018 não pode chegar agora e sentar na janelinha, vamos dizer assim”.
E se for Boeira?, emendei
“Me parece o mesmo caso. Apoiou o golpe e o Bolsonaro rs”, finalizou.