Representantes do PDT de diversas regiões de Santa Catarina expressaram numa carta aberta endereçada aos dirigentes, filiados e militantes do partido, sua insatisfação com os rumos da articulação no estado.
O documento é ilustrado pela imagem de Ciro Gomes e de Jorge Boeira. Um das reivindicações das lideranças que assinam a carta é a composição com outras candidaturas ao governo do estado, e oferecer a possibilidade de Jorge Boeira e Manoel Dias para serem os candidatos na majoritária, se preciso.
“Queremos sinalizar que se o partido não tiver a vaga exclusiva para o senado que não participe da frente. Caso não tenhamos a vaga na Frente, sugerimos que o partido abra conversas com aqueles que não apoiam nem Lula e nem Bolsonaro ou que lance chapa pura com Boeira Governador”, pontuou um dos apoiadores de Ciro Gomes em Santa Catarina.
A crise no partido tem raiz na possibilidade de dividir palanque aqui no estado entre o ex-presidente Lula (PT) e o pré-candidato à presidência, Ciro Gomes (PDT). Os ciristas catarinenses não concordam com esse duplo palanque, situação que pode ocorrer caso o PDT permaneça no conglomerado que partidos que compõem hoje a chamada Frente de Esquerda catarinense e que deverá ter Décio Lima (PT) como cabeça de chapa.
Veja a seguir um trecho da carta:
Aos trabalhistas catarinenses, a tarefa que se impõe é ainda mais
imperiosa, uma vez que, devido às circunstâncias locais, nos encontramos
espremidos entre os projetos de poder de extrema-direita e o hegemonismo
petista com seus associados locais, responsáveis por ridicularizar de várias
formas o Trabalhismo e o nosso pré-candidato a presidente, a partir de falas,
ações e ilações que desrespeitam o PDT, e sua história. Algo inaceitável vindo
de dirigentes partidários da “frente democrática”.
Acreditamos assim que o PDT, honrando seu legado, sua candidatura
presidencial e pensando também nos candidatos proporcionais em nosso
estado, cujo antipetismo é latente, não pode e não deve aceitar qualquer coisa
menos que a vaga ao senado na “frente de esquerda”, garantindo também as
condições necessárias para viabilizar nossos candidatos ao parlamento. Não
aceitando participar da composição de esquerda em caso de duas candidaturas
ao senado. Dessa forma, nos colocamos à disposição da direção estadual, com
objetivo de construirmos juntos uma saída que unifique nossas bases, lideranças
e instâncias partidárias, visando construir um PDT forte e representativo dos
Trabalhistas catarinenses.
Sob esta ótica, os signatários sugerem:
I- Abrir discussões para composição com outras candidaturas a
governador.
II- Homologar candidatura Majoritária Própria a governador
levando em conta os nomes de Jorge Boeira e Manoel Dias,
oferecendo palanque majoritário a Ciro e nossos candidatos
proporcionais.