Não é de hoje que a deputada Paulinha não navega em mar de almirante em seu partido, o PDT. Em 2020, quando aceitou ser líder do governo, no mandato do então governador Carlos Moisés da Silva, eleito pelo PSL, o Partido Democrático Trabalhista deu um sinal evidente de descontentamento com a postura de sua rebelde filiada.
À época, o partido deu 24h para que a deputada deixasse a função de sob pena de expulsão.
Isso porque, o PDT, tecnicamente, deveria ser oposição ao governo e não situação, que é quando um partido apoia quem governa.
Paulinha reagiu. Disse que queria ser ela própria a candidata a governadora mas seu partido optou por apoiar Gelson Merísio (do PSD, até então), que, por sua vez, declarou apoio a Bolsonaro. Resumindo: não podia apoiar Moisés que era de direita, mas o candidato apoiado pelo PDT, também apoiava um candidato a presidente de direita.
Para a deputada, essa conta não fechava. Já o partido levou a história em frente e abriu um processo interno para julgar sua postura.
Depois desse episódio, Paulinha e o PDT nunca mais voltaram às boas.
O processo interno andou e em fevereiro deste ano, a deputada foi suspensa das atividades do partido por três meses, numa decisão que veio do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Recentemente, mais um capítulo do relacionamento conturbado da cena política catarinense. Ao posar para fotos segurando armas por ocasião de entrega desses equipamentos aos setores de segurança de alguns municípios, Paulinha criou uma nova polêmica com os correligionários.
No entendimento do PDT, pegou mal o fato da deputada ter feito isso no dia 31 de março, data em que se relembra o início do período da ditadura no Brasil. O PDT foi um dos partidos que mais sofreu naquele período e considerou a foto uma péssima “coincidência”.
Após mais uma nota de repúdio, parece cada vez mais claro que Paulinha e PDT não falam mais o mesmo idioma.
Está publicado no Diário Oficial desta quarta-feira. 7, o cumprimento do despacho que determina a suspensão da deputada Ana Paula da Silva do seu partido e nomeia deputado estadual, Rodrigo Minotto, como novo líder do partido na bancada da Alesc.
É nítido o desgaste entre Ana Paula da Silva e o PDT e fica cada vez mais evidente que esse relacionamento não deve chegar nem até o mês de maio.
Há especulações sobre uma possível ida da deputada para o MDB.
Mas essa é uma outra conversa.