O ex-prefeito de Florianópolis e pré-candidato a governador, Gean Loureiro esteve em Criciúma no fim de semana onde cumpriu agenda e participou de um encontro de lideranças de seu partido, o União. Ciente de que um dos principais obstáculos a serem superados é o fato de ser desconhecido pelo eleitor fora da capital, Loureiro faz uma corrida contra o tempo para se tornar conhecido nas outras regiões do estado, como é o caso do oeste. Por lá, o pré-candidato aposta na liderança e no carisma do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) para lhe abrir portas e garantir votos. Mas o apoio do PSD ainda não está fechado, embora esteja bem encaminhado. O partido está na mira de Loureiro também pela importância da figura do deputado estadual Júlio Garcia, o tipo de apoio que não se deve desperdiçar. Além de apoios estratégicos, o pré-candidato aposta no maior tempo de TV durante a campanha para chegar ao eleitor catarinense e ser mais conhecido. Num tom de conversa sem polêmicas nem ataques, Gean Loureiro conversou com o site e também falou sobre quem deve apoiar nas eleições presidenciais deste ano. Confira:
Maga: Prefeito, qual a sua expectativa de resultado após a visita à região sul do estado?
Gean: eu venho percorrendo as regiões de Santa Catarina com a missão de me tornar mais conhecido. É uma eleição que eu começo com um grande grau de desconhecimento, mas que eu tenho um longo período de pré-campanha pra superar isso. A nossa visita não fica limitada a uma bolha política. Conversamos com as entidades, atendemos a imprensa, visitamos os projetos sociais, identificando as demandas da cidade, estivemos com o prefeito Clésio Salvaro também.
Sobre o evento do União na cidade, na noite de sexta-feira (6), Gean Loureiro disse que a intenção é ser mais conhecido entre as lideranças políticas. “O evento me permite fazer que as lideranças da campanha do Márcio Búrigo, que é quem está liderando esse processo aqui na cidade, muito mais do que votarem porque lhe pedem, possam conhecer o candidato e a partir dali possam disseminar a proposta. Eu estou vindo, demonstrando que a gente tem experiência administrativa, que a gente vem conhecendo as regiões e quer trazer a melhor proposta pra campanha a governador.
Maga: o Sr. renunciou ao cargo de prefeito de Floripa, teoricamente, num bom momento. Deu frio na barriga na hora de renunciar?
Gean: não porque meu projeto já vinha sendo construindo há um bom tempo. Quando eu escolhi um vice da minha confiança, preparado pra continuar os projetos que a gente fez, a gente já tinha isso como uma pretensão. No meio do caminho teve algumas situações que acabaram facilitando. A fusão do DEM com o PSL que me deu um partido com mais tempo de rádio e tv, uma estrutura de candidatos a deputado estadual e federal que a gente construiu apesar de não ser um partido grande, mas construímos uma nominata de partido grande. Nós viemos com muita humildade. É uma candidatura a ser construída, obvio que a vinda do PSD fortalece muito porque que traz estrutura partidária, passamos a ter mais de 50 prefeitos juntos.
Maga: o Sr. considera que o apoio do PSD é o mais importante para o seu projeto?
Gean: sem dúvida. O PSD é um dos 3 maiores partidos de Santa Catarina junto com o MDB e o PP. Tem uma capilaridade, tem lideranças regionais muito fortes. Por exemplo, eu já entro no oeste catarinense com uma outra característica junto com o João Rodrigues (PSD). Aqui no Sul eu tenho trabalhos junto com o Márcio Búrigo, com o Caio Tokarski, em Tubarão. Mas a vinda do PSD me reforça com nomes como Ricardo Guidi, Júlio Garcia e outros nomes. Já tem um número de prefeitos que me permite somar, então o PSD passa a ser fundamental pra me tornar um candidato mais competitivo. Mas não vamos parar por aí, nós oficializamos uma aliança três meses antes da convenção que é um fato até improvável de ter acontecido, mas aconteceu. O União Brasil tem 3 vezes o tempo de tv dos grandes partidos isso nos dá um tempo de tv que nos dá uma certa vantagem. Eu tenho um publicitário reconhecido que é o Fabio Veiga, ele sabe como trabalhar a comunicação. Mas eu volto a falar, vamos fazer uma campanha sempre com muita humildade, buscando a melhor proposta, sabendo que eu tenho um grau de desconhecimento a ser vencido, mas com uma rejeição muito baixa, muito próxima de zero.
Maga: o Sr. ainda conta com a possibilidade de trazer o MDB pro seu projeto?
Gean: Na verdade, a gente continua tendo conversas com o MDB, com o PSDB e com o PP. Quando a gente busca uma aliança partidária não é só uma soma de letras. A pessoa tem que ter o mesmo propósito que deseja pra Santa Catarina e tem que ter um desprendimento porque se já tem um candidato posto, tem que respeitar. O MDB, o PSDB e o PP que tem linhas próximas da gente, que é uma linha de centro-direita são partidos que nos interessam manter um diálogo e ter uma construção até a convenção partidária.
Maga: a nível nacional, tudo leva a crer que a eleição deve mesmo se concentrar entre Lula e Bolsonaro. Quem o Sr. apoia?
Gean: olha, nós não vamos deixar de ter posição na campanha. Tem que esperar primeiro a decisão partidária. O União Brasil anunciou que não fará parte de uma construção de uma terceira via. Tem uma candidatura, a principio do deputado federal, Luciano Bivar mas existe uma corrente forte a favor da candidatura do Bolsonaro, (dos partidos de esquerda é mais improvável). Vamos esperar o momento certo pra definir. O partido pode liberar a posição nos estados, que é uma tendência. O nosso grupo político tem uma tendência a estar mais próxima do Bolsonaro pelas características dos candidatos a deputado que tem os seus eleitores mais bolsonaristas. Nós vamos esperar o momento correto pra tomar uma posição, mas vamos sim tomar uma posição em Santa Catarina