Os primeiros registros de superlotação nos hospitais em Santa Catarina foram registrados há cerca de dois meses. Em Criciúma, por exemplo, o Hospital Materno Infantil Santa Catarina viveu dias de caos com a falta de leitos de utis neonatal. Sob o comando do Coronel Aldo Baptista, a Secretaria de Estado da Saúde parece ainda não ter encontrado a solução ideal para evitar ou minimizar os estragos provocados por uma junção de fatores.
Nesta quarta-feira (13) uma reunião tensa na Agronômica foi coordenada por Moisés que cobrou ações efetivas e deu um ultimato na situação do Hospital Infantil Joana de Gusmão. Moisés exigiu do secretário de Saúde melhorias significativas no atendimento, chegando a pontuar que se nada for feito, o diretor e o secretário podem cair. O saldo da reunião inclui uma estrutura emergencial com contêiner e tenda externa no Infantil para atendimento de casos de menor gravidade, fazendo o papel de uma UPA. Na avaliação do governo, há uma incapacidade do município no atendimento básico, que está sobrecarregando o hospital e fazendo com que as crianças já cheguem em situação grave.
Nesta quinta (14), questionei a secretaria sobre quais ações seriam adotadas para gerir a crise. A resposta está a seguir:
“A Secretaria de Estado da Saúde esclarece, em primeiro lugar, que a demanda atendida em Santa Catarina não é uma exclusividade da rede pública. Nos últimos meses, em razão da falta de vacinação de crianças, da carência de um pré-natal efetivo e do período propício para doenças respiratórias, a SES tem estruturado junto às unidades hospitalares um aumento na oferta de leitos e mais investimentos no sistema único de saúde. Essa construção tem ocorrido com diferentes agentes públicos, desde coordenadorias de regulação, regionais de saúde, coordenações e corpos clínicos de hospitais, além de secretários de saúde municipais. Foi publicado, inclusive, um decreto de emergência em Saúde com o objetivo de acelerar a disponibilidade de camas de tratamento intensivo e ter o acréscimo na rede de 99 leitos de atendimento neonatal e pediátrico, projetando o aumento da demanda em regiões como Grande Florianópolis e região Carbonífera. A SES tem trabalhado também em planos emergenciais que envolvem transferências de equipes, empréstimos de equipamentos, insumos e medicamentos, além de outras ações com o objetivo de aumentar a capacidade de atendimento dos pacientes, como a contratação de mais profissionais em caráter de urgência. No caso de Criciúma, está sendo realizada uma ação específica para enviar suporte a atendimentos da unidade. Foi feita também estratégia com os gestores para ampliar os leitos, equipes, redes de apoio e desafogar as unidades de casos menos graves com a transferência para outras unidades hospitalares e serviços de atenção básica.
Há novos leitos previstos para julho, e o Estado tem feito compra de leitos disponíveis na rede privada, que também passa por sobrecarga.
No Hospital Materno Infantil de Criciúma, especificamente, que é gerido por uma organização social, está sendo feito um aditivo ao contrato no valor de R$ 1,7 milhão. Além disso, já está em andamento o projeto para reforma da unidade com um aporte de R$ 2 milhões. Será realizada a abertura de 11 leitos clínicos e pediátricos e 5 UTIs entre pediátricas e neonatais. Também foram encaminhados oito monitores multiparâmetros. Além disso, foi realizado um aditivo no valor de R$ 388 mil para contratação de médicos pediatras e fisioterapeutas. Como estratégia de rede, serão ativados leitos no Hospital de Içara, que dividirá o atendimento infantil na região, e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) estão trabalhando como referência para os atendimentos mais brandos.
É novamente importante reforçar que a alta demanda momentânea é reflexo da baixa cobertura vacinal de diferentes enfermidades, em especial da gripe (Influenza) e covid-19. Neste momento sazonal, as doenças respiratórias são as que mais têm atingido crianças e idosos, os mais vulneráveis. A SES tem ciência de que as UPAs estão sendo impactadas e vai auxiliar o atendimento médico nas gestões municipais, inclusive com investimentos em 64 unidades. Igualmente, a ampliação do horário de atendimento das unidades básicas na atenção primária será cofinanciada pelo governo.”