Santa Catarina tem visto crescer a busca por leitos, especialmente para crianças em todo o estado. Em Criciúma não é diferente. Na entrevista com o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, questionei como está a situação aqui no município. O gestor credita à falta de vacinação contra doenças respiratórias como o principal responsável pela superlotação dos hospitais.
Maga: como está sendo resolvida a falta de médico nos postinhos?
Salvaro: primeiro que a falta de médicos é um problema de sempre, sempre tivemos falta de médicos. Não só em Criciúma, isso foi no país inteiro. Nós estamos buscando resolver o nosso problema e sempre com a ajuda da população. Porque que o Hospital Santa Catarina, que é do estado, esteve socado de crianças? Porque os pais também não levaram as crianças para tomar vacina. De cada 10 crianças internadas lá, nove não tinha o esquema vacinal completo. A vacina que salva vida foi desacreditada pela partidarização, pela politização. Misturaram política e ciência e ficaram dizendo que as vacinas não eram boas. Ficaram reclamando das vacinas e dizendo que o que salva a vida das pessoas era a cloroquina. Então desacreditaram a vacina e na cabeça das pessoas, vacinas são todas iguais. As mães e pais não levaram as crianças pra vacinar.
Maga: aqui em Criciúma a vacinação está baixa?
Salvaro: muito baixa. Nós que éramos exemplo com uma cobertura do público alvo a ser vacinado que chegava a 98% nós chegamos agora a 45%, 46%. Com as nossas campanhas foi pra 56%.
VACINAÇÃO NOS PARQUES
Salvaro: Sábado e domingo vamos vacinar nos parques mas dizendo que dos 48 postos de saúde tem vacina à disposição, mas, mesmo assim nós vamos de novo nos parques da cidade, sábado e domingo pra ver se chegamos a uns 65%. Então essa superlotação que deu nos hospitais, muito tem da responsabilidade dos pais que não levaram as crianças pra tomar a vacina, o que é lamentável. Algumas que foram à óbito também não estavam vacinadas. Eu digo que o caixão mais pesado pra carregar, é sempre o mais pequeno e que deve pesar muito na consciência de quem não leva as crianças pra vacinar.
MÉDICOS CUBANOS
Salvaro: A questão da falta de médicos nós estamos superando, inclusive estamos um projeto pra Câmara de Vereadores para naturalizar médicos cubanos que vão atuar em Criciúma. Mandamos um Projeto de Lei pra pagar a faculdade de quem está cursando medicina na penúltima e última fase e assim que ele sai de lá ele tem o compromisso de trabalhar nas unidades de saúde. Mas repito: o cidadão também tem que fazer a parte dele. Nós temos um índice de 30% de pessoas que marcam consultas ou exames e não comparecem, ou seja, associado à falta de médicos e a falta de comparecimento no dia agendado, se a gente resolvesse isso, seria perfeito. Mas as coisas estão voltando ao normal.