Clésio Salvaro vai à Chapecó mas adia decisão sobre candidatura

25/03/2022

O “conclave” que reuniu João Rodrigues e Clésio Salvaro na prefeitura de Chapecó por cerca de 1 hora, na tarde desta sexta (25), terminou sem fumaça branca. O prefeito de Criciúma viajou mais de 500km para discutir o assunto com o amigo de longa data que lhe fez o convite para ser seu candidato a vice-governador nas eleições deste ano. João Rodrigues começou a reunião ouvindo uma resposta negativa de Salvaro: o tucano disse não para o convite, mesmo que tudo indicasse o contrário. Após uma tentativa de contato por telefone com o empresário Luciano Hang que está em viagem ao exterior e retorna na próxima semana, os dois foram para uma sala reservada e retornaram dizendo que a decisão seria adiada por alguns dias.

Meu amigo Marcelo Zarur diz que uma tentação não se deve enfrentar, se deve fugir pois, ao enfrentar, pode-se cair em tentação. Clésio Salvaro optou por enfrentar a tentação de aceitar o convite que, talvez pela primeira vez desde que tenha surgido, balançou o prefeito de Criciúma.

O assunto vem sendo ventilado no meio político desde o ano passado, porém Salvaro parecia bastante certo de sua decisão em dizer não. Ocorre que nas primeiras tentativas, lá em 2021, a situação era muito diferente da de hoje. Todos os cenários indicavam que o governador do estado, Carlos Moisés da Silva (hoje no Republicanos) iria mesmo se filiar ao MDB, fortalecendo sua chance de reeleição. Mas com a mudança de rota por parte do morador do Palácio da Agronômica, que numa guinada quase inacreditável decidiu se filiar ao partido evangélico citado anteriormente, ressurgiram no cenário nomes que já haviam dito que não pretendiam concorrer. Caso de João Rodrigues. Se antes o convite para ser vice parecia pouco atrativo, agora, Salvaro não consegue esconder que, de fato, está considerando a possibilidade.

Se optar em aceitar o convite, Salvaro precisa renunciar ao cargo de prefeito de Criciúma até o dia 1º de abril, ou seja, em poucos dias. Pelo modo como o chefe do executivo municipal costuma conduzir sua vida pública, podemos concluir que hoje as chances seriam muito mais para negar o convite do que aceitar, já que Salvaro não costuma tomar decisões de modo impetuoso. Ou, caso aceite, pode ser que a vontade de ser candidato nunca tenha deixado de existir e ele pudesse estar fazendo contas há mais tempo.

Pelo sim, pelo não, enquanto a nova reunião papal, quer dizer, enquanto o novo encontro entre os dois prefeitos não acontece e o anúncio não sai, as teorias conspiratórias continuam dominando a política no estado.

O bate-papo de hoje contou com a presença do deputado estadual Julio Garcia (PSD), do prefeito de Concórdia e presidente estadual do PSDB, Rogério Pacheco, do prefeito de Rio do Sul, José Thomé (PSD), e dos vereadores tucanos de Criciúma, Roseli de Lucca, Arleu da Silveira e Nícola Martins. Em Criciúma, há que duvide e até aposte que Salvaro não deve renunciar para ser candidato. Como na política tudo é possível de acontecer, inclusive, nada, quem sou para duvidar, né?! Mas fica bastante difícil crer que Júlio Garcia (PSD) viajaria 500 km apenas para tomar um café em Chapecó. Há muito mais coisas nas entrelinhas desse encontro do que julga a vã filosofia. A possibilidade real dessa chapa João e Clésio, vingar, é só mais uma delas.

Em tempo:

Clésio Salvaro, de camisa azul da cor do PSDB, ao lado de João Rodrigues e outras lideranças como o deputado estadual Júlio Garcia (PSD) e o vereador Nícola Martins (PSDB). Foto: Jhulian Pereira
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