A vinda do governador Carlos Moisés ao sul do estado na semana passada foi carregada de significados. Aliás, todo movimento praticado por políticos, com ou sem mandato, tem significado. Se o político em questão for um governador que enfrentou dois afastamentos do cargo, então, nem se fala.
Carlos Moisés fez roteiro pelo sul de Santa Catarina, nesta quinta e sexta-feira, (20 e 21), e durante toda a agenda, esteve cercado de apoiadores e outras lideranças políticas.
Ada De Luca, Luiz Fernando Vampiro, Ricardo Guidi, Rodrigo Minotto, Zé Milton Scheffer, acompanharam o governador em Cocal do Sul e em Criciúma, onde Moisés assinou a liberação em verbas para obras aguardadas há tempos.
Entre as liberações, estão as obras da SC-442, contemplando um trecho entre Cocal e Morro da Fumaça, o Centro Tecnológico do Bairro da Juventude e outros investimentos em infraestrutura, educação, saúde e agricultura, para 12 cidades do sul do estado, totalizando quase R$ 20 milhões em verbas.
Excepcionalmente, desta vez, o orçamento em questão não foi o que mais chamou atenção de quem prestou atenção aos passos do governador.
Para além dos investimentos, o destaque dessa viagem ficou por conta da postura de Carlos Moisés. Ficou nítido, em cada compromisso oficial, um governador à vontade politicamente, com gana de deixar pra trás qualquer resquício do assunto impeachment.
Cercado de políticos apoiadores da sua base, a semiótica dos registros da viagem, mandou um recado: “estou andando pelo estado e tenho apoio”.
Numa linguagem corporal que transmitia interesse em ouvir e atender aos pedidos de quem foi fazer suas reivindicações, Carlos Moisés disse, sem precisar dizer, que o momento agora é outro.
Ainda tem muita água pra rolar debaixo dessa ponte e uma investigação em curso para solucionar o caso da compra dos respiradores mas, para quem aposta que ele não vai à reeleição por ter tido a imagem desgastada pelos processos que enfrentou, é melhor ficar atento pois o comandante tá ON.