A semana dos pré-candidatos ao governo em Santa Catarina foi movimentada. Cada um, a seu modo, segue jogando o jogo da pré-campanha que exige foco-força-e-fé de candidatos e equipes. Então vamos bisbilhotar o que cada um fez na semana que se encerra.
JORGINHO MELLO
O senador e pré-candidato a governador, Jorginho Mello viveu uma semana cheia de emoção. O parlamentar focou em “bater” no governador Moisés em assuntos que ficaram quicando, como a falta de leitos de UTI e o resultado da sindicância interna na Secretaria de Saúde que pegou leve nas penalizações dos envolvidos no processo de compra dos respiradores que nunca chegaram. Ele bateu, mas também apanhou. É que o delegado da PF Alexandre Saraiva fez uma grave acusação envolvendo o nome do senador catarinense na lista de apoiadores de atividades ilegais de extração de madeira na Amazônia. Jorginho disse que irá processar o delegado que disse ter “um carrinho de supermercado” de provas contra os citados. Vale ressaltar que em pesquisas recentes pra governador, Jorginho Mello aparece em segundo lugar. Dessa forma, o adversário a ser batido, pra ele, é mesmo Carlos Moisés. Mas sem esquecer de Gean Loureiro – o BolsoGean catarina, com quem disputa diretamente um perfil idêntico de eleitor: o bolsonarista. Nesta conta, Jorginho precisa ficar de olho em dois adversários ao mesmo tempo. Uma coisa meio ~um olho no peixe, outro no gato~ e ainda sem um vice definido.
GEAN LOUREIRO
O ex-prefeito da capital teve uma semana menos agitada que a anterior quando anunciou a pré-candidatura e o nome de seu vice, o ex-Casa Civil de Moisés, Eron Giordani. Entre a festa da tainha, a vacina da gripe e a distribuição de roupinhas pra cães (eu achei fofo), em Lages, Loureiro segue a pré-campanha no mesmo tom que já vinha adotando anteriormente. Sem fortes ataques aos seus adversários. Ainda.
DÁRIO BERGER E DÉCIO LIMA
Esses dois eu coloquei no mesmo tópico pois, teoricamente, um deles deverá ser o nome da Frente de Esquerda. Após ameaçar uma candidatura paralela, Berger agora espera as águas agitadas se acalmaram. É que há a expectativa de que seja mesmo ele o cabeça de chapa da esquerda aqui no estado. E o Décio? Décio chegou a anunciar que Gelson Merísio havia aceitado ser seu vice. Olha que na política a gente está acostumado com balões de ensaio, mas confesso que esse foi bom. Embora o assunto tenha rendido em todos os portais de notícia, Lima não publicou nada oficialmente sobre a chapa. Essa novela só não tá melhor que Pantanal.
ANTÍDIO LUNELLI
Vocês acharam que eu não ia falar do ex-quase-pré-candidato emedebista? Acharam errado. Bom, aqui é aquela coisa, né: teve uma hora que pareceu que ia dar certo. Antídio Lunelli não deve mesmo ser o candidato do MDB nesta eleição. Tanto é que anda cada vez mais “empresário” e menos “pré-candidato” nas publicações que costuma fazer em suas redes sociais. Lunelli fez aniversário nesta quinta (16/6) e foi pra uma de suas fazendas comemorar. A previsão de retorno é na terça-feira (21). Falta agora oficializar sua saída da corrida eleitoral ao governo e espera-se que isso ocorra de forma honrosa. É o mínimo. Lembrando que seu nome figura entre os que podem concorrer a uma vaga a estadual ou a federal. Veremos o que vai ser. Qualquer reclamação sobre isso, podem fazer no MDB, não aqui.
ESPERIDIÃO AMIN
Lançarei mão de um trocadilho infame para dizer que: a mim, ainda não convenceu de que será mesmo candidato, mesmo enrolado na bandeira do PP. Neste caso, vamos aguardar mais um pouco.
CARLOS MOISÉS
Moisés começou a semana vendo a repercussão de sua ausência no evento de lançamento da pré-candidatura do bispo e deputado estadual Sergio Motta, presidente estadual do Republicanos que também vem a ser o seu partido. Para resolver isso e evitar mais ruído, tratou logo de marcar um almoço com Motta na Agronômica e mandar aquele recadinho sutil à imprensa: “tá tudo bem entre a gente, viu?”. Recado dado aos olheiros de plantão, foi hora de seguir viagem pelo estado enquanto o prazo eleitoral ainda permite. Luíz Alves, Brusque, São Joaquim foram algumas cidades que receberam a visita do governador e de sua caneta. Enquanto isso, viu o fantasma dos respiradores voltar a assombrar. É que a sindicância interna da Secretaria de Estado da Saúde a qual tiveram acesso dois de seus principais opositores na Alesc – Sargento Lima e Bruno Souza – pegou leve com os responsáveis pela compra dos equipamentos que nunca chegaram. Isso ocorreu, pois, a conclusão da sindicância foi de que os servidores não fizeram o que fizeram para se beneficiar e, sim, foram vítimas da ação criminosa da empresa que se aproveitou do momento de crise na saúde com o início da pandemia, para induzi-los ao erro. Conclusão, essa, alinhada com o que o próprio Ministério Público já havia antecipado. O que pesou foi a sensação de que o governo não agiu com a firmeza que deveria. Aqui, faço um recorte: é compreensível a atitude do governo em querer proteger sua equipe e não “passar recibo” ao demitir os envolvidos. É que se os demitisse, daria a sensação de que não poderia confiar em sua equipe. Mas ao optar por não puni-los, Moisés coloca a si mesmo como o alvo. Por enquanto, o bombeiro de olhos azuis lidera as pesquisas no estado e deve intensificar o tom para garantir a renovação do contrato de moradia por mais quatro anos, no endereço mais desejado do estado.